O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi vaiado nesta ontem, 17, ao iniciar seu discurso no congresso do partido em Brasília. Manifestações contra o parlamentar também aconteceram na chegada do vice-presidente da República e presidente da sigla, Michel Temer, quando uma mulher na plateia gritou, alto: “Fora Cunha!”.
Em sua fala, Cunha defendeu o distanciamento do governo e candidatura própria à Presidência da República, em 2018. “Essa voz (do PMDB) não pode ser abafada por meia dúzia de carguinhos”, provocou ele, numa referência à ampliação do espaço do partido na Esplanada dos ministérios.
Segundo o parlamentar, o PMDB não pode se furtar do debate sobre ter candidato à Presidência da República em 2018. De acordo com ele, “é inevitável” que o partido terá candidato próprio nas próximas eleições gerais. Para o peemedebista, a discussão sobre o programa partidário que a legenda pretende lançar em breve foi “um grande passo” rumo a esse objetivo.
“Independe daqueles que concordam ou não com o programa, o PMDB tem uma proposta para o Brasil sair da crise e do imobilismo que estamos”, afirmou. Cunha ressaltou que não adianta o PMDB tentar operar um caminho para ter candidatura própria, senão tiver um programa. “O PMDB terá candidato em 2018. Isso é inevitável”, disse. Em uma referência ao governo do PT, ele afirmou que a sigla não tem compromisso “com aquilo que está sendo colocado”, “porque não participamos da elaboração”.
Vaias – Na saída do evento do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evitou falar com a imprensa mas, ao tentar acessar a sala VIP, viu-se obrigado a responder a algumas perguntas. Ele minimizou as vaias durante o seu discurso: “Não houve vaias”.
Após diversas tentativas dos seguranças para abrir e a possibilidade de buscar um caminho alternativo, Cunha finalmente conseguiu entrar na sala em que estava o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer.
Entre as diversas perguntas feitas pelos jornalistas, Cunha respondeu apenas sobre a questão dos vetos presidenciais, que devem ser apreciados em sessão conjunta do Congresso nesta noite. “Por mim, não há problemas”, afirmou.