Logo no início, William afirmou não ter participado do processo de aquisição e importação das tratativas envolvendo a Covaxin.
“Tampouco estive presente em quaisquer reuniões e encontros com essa temática, tendo sido meu papel nessa questão, estritamente, o recebimento e análise da invoice e, amparado pelas devidas autorizações, solicitar a abertura da licença de importação”, especificou.
Santana é técnico da divisão de importação do ministério, cedido pela Organização Pan-Americana de Saúde, subordinado ao servidor Luis Ricardo Miranda. Ele disse à CPI da Covid ter sofrido “pressão atípica” de superiores por causa do imunizante indiano.
Miranda também apontou falhas nos invoices – que é uma espécie de resumo da nota fiscal com dados da importação-exportação –, como a forma de pagamento, a quantidade de doses e o nome da empresa intermediária, a Madison Biotech, com sede em Cingapura.
O nome de William Santana foi citado na CPI pela fiscal de contratos da pasta Regina Célia Oliveira, na última terça-feira (6/7). Ela disse que ele teria sido o responsável por avisar à Precisa Medicamentos – intermediária das negociações entre o laboratório e o Ministério da Saúde – que as invoices estavam com irregularidades.
A expectativa dos senadores é de que Willian Santana dê mais informações sobre a negociação da Covaxin para o fornecimento de 20 milhões de doses de vacina, ao custo de R$ 1,6 bilhão, e esclareça as “pontas soltas” do depoimento da fiscal de contratos Regina Célia.
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, em requerimento de convocação, que o consultor “tem conhecimento de informações relevantes sobre esse contrato”./MT
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