Por outro lado, 41% rejeitam a convocação, ou quatro em cada dez brasileiros. Do total, 7% se declaram indiferentes e 3% não souberam responder.
Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, a diferença entre os dois grupos poderia ser de 3 pontos (46% a favor e 43% contra).
O Datafolha ouviu 2.004 pessoas em todo Brasil, com 16 anos ou mais, distribuídas em 136 municípios. A pesquisa foi realizada nos dias 10 e 11 de junho de 2025.
A pesquisa também mostra que há diferenças significativas sobre o tema dependendo da idade dos torcedores.
O atleta é amplamente apoiado pelos mais jovens e possui rejeição maior entre os mais velhos.
Entre aqueles com idades de 16 a 24 anos, 62% são a favor da convocação do craque, 27% são contra, 8% são indiferentes e 3% não sabe. Ele também tem maior apoio dentro da faixa da qual ele mesmo faz parte, de 25 a 34 anos, com 50% a favor e 38% contra.
O cenário começa a mudar nas faixas seguintes. Há um empate técnico entre aqueles com idade de 35 a 44 anos, considerando a margem de erro de até cinco pontos percentuais para mais ou para menos no recorte etário. Neste cenário, 47% são a favor e 44% são contra.
Também é possível apontar um empate técnico no estrato seguinte, de 45 a 59 anos, porém pela primeira vez a parcela daqueles que são contrários à convocação é numericamente superior, com 48% contra e 41% a favor.
Embora não se tenha uma série histórica para indicar qual tendência evoluiu nos últimos anos, a trajetória do craque dá algumas pistas sobre o humor dos brasileiros em relação ao jogador, que voltou a atuar no país no começo deste ano, pelo Santos.
O retorno ao Brasil foi um tentativa de reencontrar sua melhor forma e se preparar para o Mundial de 2026 depois de quase 12 anos atuando no exterior. No período, viveu grandes momentos no Barcelona, altos e baixos no Paris Saint-Germain e a pior fase de sua carreira no Al Hilal. No clube saudita, jogou apenas sete partidas em um ano e meio, sofreu a mais grave lesão de sua carreira e foi descartado do elenco.
Depois de ser recebido nos braços da torcida santista, em um grande festa na Vila Belmiro, Neymar vive novamente um momento frustrante. Fez apenas 12 jogos pelo Santos, marcou três gols e foi abatido por novas lesões.
Enquanto isso, manteve uma vida agitada fora dos gramados, com festas e participações em eventos diversos, como as partidas de sua equipe na Kings League, evento que mistura futebol e entretenimento.
Fora de forma, acabou fora da lista de Carlo Ancelotti para os primeiros jogos do novo técnico da seleção brasileira, no começo do mês, quando o Brasil empatou com o Equador (0 a 0) e venceu o Paraguai (1 a 0), resultados que selaram a classificação para a Copa de 2026.
Embora o italiano tenha dito que as portas da seleção estão abertas para o craque —maior artilheiro da história da seleção, com 79 gols—, ele só deverá ter nova chance quando estiver em plenas condições. O último jogo dele com a camisa amarela foi em outubro de 2023, contra o Uruguai, pelas Eliminatórias.
Neymar disputou sua primeira Copa do Mundo em 2014, na edição realizada no Brasil, quando ele tinha 22 anos. Na época, ele já defendia o Barcelona depois de construir uma vitoriosa carreira pelo Santos.
Sua presença naquele Mundial era indiscutível. Na época, era amplamente apontado como o principal atleta do país em atividade. O rótulo confirmava a projeção sobre sua carreira que o acompanhava desde 2010, quando sua ausência na lista de convocados para a Copa na África do Sul provocou críticas ao plantel formado pelo técnico Dunga, eliminado nas quartas de final daquela edição.
A trajetória do craque na Copa de 2014, no entanto, causou um trauma ainda maior para os torcedores do Brasil. Nas quartas de final, o atacante sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar após levar uma dura entrada do colombiano Juan Zúñiga e teve de ser cortado do elenco comandado por Luiz Filipe Scolari.
Sem seu camisa 10, o Brasil acabou goleado pela Alemanha na fase seguinte, por 7 a 1, no maior vexame da história da seleção brasileira. Na disputa do terceiro lugar, ainda perdeu para a Holanda, 3 a 0.
Na Copa do Mundo de 2018, Neymar chegou em um contexto diferente. Ao contrário de sua forma física plena em 2014, o craque desembarcou na Rússia pouco tempo depois de se recuperar de uma lesão no pé direito e não estava 100% fisicamente para o torneio.
Mesmo assim, foi titular e atuou durante 90 minutos nos cinco jogos do Brasil na competição, marcou dois gols e deu uma assistência. Sua participação, no entanto, é mais lembrada pelas quedas no gramado, que lhe renderam a fama de “cai cai” e fizeram dele alvo de uma série de memes. A seleção brasileira caiu nas quartas de final daquela edição, diante da Bélgica.
Neymar em Copas do Mundo
- Copa do Mundo de 2014, no Brasil5 jogos, 4 gols – 4º lugar
- Copa do Mundo de 2018, na Rússia5 jogos, 2 gols – eliminação nas quartas de final
- Copa do Mundo de 2022, no Qatar3 jogos, 2 gols – eliminação nas quartas de final
A Copa do Mundo de 2022, no Qatar, tinha tudo para ser a redenção do craque. Em boa fase, livre de lesões e disposto a provar seu valor, ele tinha o cenário ideal para fazer uma grande exibição na Copa que, aos 30 anos, ele dizia ser a última de sua carreira.
Jogos e gols de Neymar por temporada*
*Fonte: Ogol.com.br
- 2025 (Santos)12 jogos / 3 gols
- 2024/25 (Al Hilal)2 jogos / 0 gol
- 2023/24 (Al Hilal)5 jogos / 1 gol
- 2022/23 (Paris Saint-Germain)29 jogos / 18 gols
- 2021/22 (Paris Saint-Germain)28 jogos / 13 gols
- 2020/21 (Paris Saint-Germain)31 jogos / 17 gols
- 2019/20 (Paris Saint-Germain)27 jogos / 19 gols
- 2018/19 (Paris Saint-Germain)28 jogos / 23 gols
- 2017/18 (Paris Saint-Germain)30 jogos / 28 gols
- 2016/17 (Barcelona)45 jogos / 20 gols
- 2015/16 (Barcelona)49 jogos / 31 gols
- 2014/15 (Barcelona)51 jogos / 39 gols
- 2013/14 (Barcelona)41 jogos / 15 gols
- 2013 (Santos)23 jogos / 13 gols
- 2012 (Santos)47 jogos / 43 gols
- 2011 (Santos)47 jogos / 24 gols
- 2010 (Santos)60 jogos/ 42 gols
- 2009 (Santos)48 jogos / 14 gols
Depois de um ano sem problemas físicos sérios, quis o destino que justamente na estreia uma nova lesão abalasse o atleta. Desta vez, nos ligamentos do tornozelo direito, com um edema ósseo. Após o duelo com a Sérvia, ele ficou fora dos jogos contra Suíça e Camarões, na fase de grupos.
De volta à equipe nas oitavas de final, participou da goleada sobre a Coreia do Sul, por 4 a 1. Na sequência, teve atuação ainda mais importante diante da Croácia, nas quartas. Depois de um 0 a 0 no tempo normal, ele colocou o Brasil à frente no primeiro tempo da prorrogação, mas o time então dirigido por Tite cedeu o empate a quatro minutos do fim da segunda etapa e perdeu a disputa de pênaltis.
Neymar estava escalado para bater a quinta penalidade para o Brasil, mas a Croácia definiu o 4 a 2 antes que o camisa 10 tivesse sua chance./Folha SP
(Foto: Reprodução)