Ciro Gomes é oficialmente do PDT. O ex-governador do Ceará participou de ato de filiação na tarde desta quarta-feira (16), em Brasília, ao lado de lideranças do partido; do governador do Ceará, Camilo Santana (PT); e do prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio (Pros).
Em discurso, o presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo, comemorou a filiação de Ciro e fez uma série de críticas ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo federal esta semana. Para Camilo Santana, o PDT ganha uma “joia rara” com a chegada de Ciro. “Ganha o País e ganha os sonhos de milhares de brasileiros na esperança de um Brasil melhor. Um grande líder do Brasil para comandar os rumos do País”, declarou.
Com a palavra, Ciro exaltou a trajetória de Leonel Brizola, lendário pedetista, e disse que estava em um processo de desintoxicação. “…Estava nesse processo depois de 36 anos de vida pública (…) Estou me sentindo nos últimos dias com a excitação juvenil de quem começa tudo de novo”, disse, agradecendo ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Ciro Gomes também fez críticas ao governo e citou dificuldades para empreender no País com cobranças de taxas e juros que considera “abusivos”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também não escapou das críticas do recém-filiado, que o chamou de “o maior vagabundo de todos”. Em sua primeira entrevista após a filiação, Ciro comentou a polêmica envolvendo Cunha e Cid Gomes, que chamou o parlamentar de achacador em sessão na Câmara dos Deputados. “Cid Gomes era ministro [da Educação] e denunciou que havia um processo de apodrecimento das relações do governo federal com o Congresso Nacional, e que essa deterioração se assentava no achaque, na chantagem. Dito isso, foi lá, meteu o dedo na cara desse maior vagabundo de todos, que é o presidente da Câmara – digo pessoalmente, não como PDT –, pegou o paletó e foi para casa”, declarou.
Hoje, o Tribunal de Justiça de Brasília condenou o ex-governador cearense a pagar R$ 50 mil a Cunha por danos morais.
Ciro Gomes disse que seu irmão vai recorrer da decisão “porque quem fala a verdade neste País não pode ser criminalizado” e afirmou que vai analisar o despacho do juiz. “Se ele tiver julgado isso antes de procedimentos mais antigos, ele vai se explicar no Conselho Nacional de Justiça”, declarou.
Cargos no governo
Carlos Lupi anunciou, na ocasião, que o partido já se prepara para deixar os cargos que ocupa no governo da presidente Dilma Rousseff. O político também já acerta a saída do ministro do Trabalho, Manoel Dias, na reforma, que deverá ser anunciada nos próximos dias. Para Lupi, o partido “sairá pela porta da frente do Governo”, sem deixar a base de Dilma no Congresso. O presidente nacional da sigla acrescentou também que o PDT é contra às tentativas de impeachment.