Nesta segunda-feira (28/05) o presidenciável Ciro Gomes (PDT) participou ao vivo do programa Roda Viva, da TV Cultura, que contou com a participação na bancada de entrevistadores; com José Roberto de Toledo, editor da versão online da revista Piauí; Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo; Brad Hynes, diretor da agência Reuters no Brasil; Débora Freitas, apresentadora e repórter da rádio CBN; e André Perfeito, economista-chefe da corretora de valores Spinelli. O programa teve a mediação do jornalista Ricardo Lessa.
Ciro Gomes estava mais a vontade na bancada do Roda Viva e teve melhor desempenho, comparando com a entrevista concedida ao Portal UOL, em parceria com a Folha e SBT.
Ciro criticou Michel Temer a quem denominou de “escroque” e disse que o governo perdeu completamente a autoridade, mas será preciso conviver com ele, porque não há mais nada a fazer. Questionado sobre como agiria neste momento, caso fosse o presidente da República em relação a greve dos caminhoneiros, Ciro disse que endureceria a relação com a categoria e chamava para negociar, ” eu não iria usurpar o direito dos caminhoneiros, mas também não poderia deixar a sociedade a mercê do caos,” ponderou.
O presidenciável defendeu a saída imediata de Pedro Parente da Petrobrás, alegando que o mesmo serve aos interesses estrangeiros, pratica uma política fraudulenta de preços na estatal e chamou essa política de alinhamento do barril de petróleo ao mercado internacional de “criminosa”.
Ciro também disse que não aceitará o mercado tutelar a democracia. “O mercado, essa entidade fantasmagórica, atribuiu um poder a si próprio de tutelar a democracia. Eu não aceito isso”, pontuou.
Ciro Gomes falou olhando para câmera que vai aumentar os impostos sobre os mais ricos e comentou que não existe outra receita em economia para o equilíbrio das contas públicas, que não seja o de aumentar as receitas e diminuir as despesas, “vocês aqui me apontem outro caminho caso conheçam,” ressaltou Ciro. Ele ponderou ainda que não tem dúvidas que vai cobrar imposto sobre lucros e dividendos, para diminuir a carga de impostos sobre a classe trabalhadora.
Temos que jogar as claras com a população para que ela vote abertamente e saiba o que vai acontecer, foi esse o maior erro da Dilma, enganar a população, anunciar um crescimento que não existia e o povo se sentiu enganado. Nós somos do ramo e vamos jogar aberto com o povo brasileiro.
O pedetista também prometeu ainda que, se for eleito presidente da República, revogará a lei do teto de gastos, que impõe um congelamento do orçamento para áreas importantes pelos próximos 20 anos. “Isso não tem precedente em lugar nenhum no mundo. Se eu congelo por 20 anos investimentos em saúde, quem vai cuidar das crianças?”, questionou.
Ao ser indagado sobre o possível apoio do PT à sua candidatura, destacou que o Partido dos Trabalhadores terão candidato e que tem essa consciência, portanto, está tentando privilegiar uma aliança com o PSB e o PC do B. Esse seria seu núcleo de governabilidade, mas admite que precisa abrir o diálogo com todos os partidos e que não vai cometer o erro da Dilma, que não é do ramo, por isso, o PT chegou nesse estágio.
Ciro comentou ainda que tanto Dilma quanto Lula foram alertados sobre a aliança com o PMDB e o risco que era colocar Michel Temer na vice-presidência, mas suas advertências foram ignoradas, por essa razão ele não teria aceitado participar de ministérios. Também foi pontuado sobre o risco de entregar a economia do Pais ao Levi. Portanto, “não sou responsável pelos erros cometidos pelo PT, mas respeito esse momento em que eles estão vivendo,” destacou o presidenciável.