O Centrão perdeu o “medo” de Jair Bolsonaro (PL) e articula chamar a família do ex-presidente para dar as cartas no processo eleitoral de 2026. Após constatar que a imagem dos Bolsonaros foi a mais prejudicada com a ofensiva de Donald Trump contra o Brasil, esse campo político viu a oportunidade de tomar a frente nas discussões sobre quem será o presidenciável da centro-direita.
Mas não foi só isso. Também colaboraram para esse cenário o bate-boca entre Jair e Eduardo em conversas reveladas pela Polícia Federal e o fato de Bolsonaro estar ausente dos eventos políticos, em razão da prisão domiciliar. Além disso, a expectativa de que, a partir de setembro, ele será condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação da trama golpista. A aposta no grupo é que “se agosto foi ruim para Bolsonaro e seus filhos, setembro será pior”, diante do veredicto do STF.
Centristas sempre torceram para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse o escolhido, mas “pisavam em ovos” nas negociações para não irritar Bolsonaro. Agora, entretanto, movimentam-se e jogam os holofotes no governador de São Paulo, como ocorreu em jantar na casa do presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, na semana passada em Brasília, sem a presença da família Bolsonaro.
Compareceram à confraternização figuras proeminentes de PP, Republicanos, MDB, PSD e PL. O encontro foi uma espécie de pacto dos partidos de centro-direita em torno da eventual candidatura Tarcísio ao Planalto.
Parlamentares da centro-direita também voltaram a enfatizar que a única chance de Bolsonaro conseguir algum alívio na pena a ser imposta pelo STF é se Tarcísio for eleito para o Planalto. Com esse argumento, afirmam que o ex-presidente não terá escolha a não dar a bênção para o governador se candidatar.