A execução, porém, saiu bem diferente do ensaio no empate em 1 a 1, na estreia da seleção sub-23 no quadrangular final do Pré-Olímpico
Assim como nos quatro jogos da primeira fase, quando obteve 100% de aproveitamento, o Brasil controlou a maior parte do jogo, mesmo diante de um estádio lotado de torcedores adversários. Mas na hora de finalizar…
Paulinho concluiu rente à trave mais de uma vez; Matheus Cunha isolou; Antony esteve perto em duas finalizações; Pedrinho mandou por cima em chute de fora da área e em cabeceio cara a cara. O Brasil acertava tudo, menos o gol.
Mas isso também aconteceu por méritos dos colombianos, que se fecharam muitíssimo bem e não se inibiram em apostar nos contra-ataques mesmo jogando em casa.
Para enfrentar o melhor ataque do torneio, o técnico Arturo Reyes sacou um centroavante, preencheu mais o meio de campo com a entrada de um volante e levou a campo um trio ofensivo veloz. O 4-3-3 com a bola virava um 4-5-1 sem a posse.
As dificuldades brasileiras foram agravadas pelas atuações abaixo do normal dos maestros do time: Matheus Henrique, Bruno Guimarães e Pedrinho. Apesar de alguns lançamentos e tabelas, nenhum deles conseguiu achar espaços pelo meio da defesa, e aí o Brasil passou a exagerar nos cruzamentos.
Ruim na frente, pior atrás. Reconhecendo o mau desempenho defensivo da Seleção no Pré-Olímpico, André Jardine começou o jogo com três novidades na primeira linha: Dodô, Bruno Fuchs e Iago entraram nas vagas de Guga, Robson Bambu e Caio Henrique, respectivamente.
Após a partida, o treinador explicou que Guga sentiu um mal-estar dias antes; que ele buscava melhor saída de bola e proteção com a entrada de Fuchs; e que acreditava que Iago poderia oferecer mais força de marcação do que Caio Henrique, que não é lateral de origem (embora tenha disputado quase toda a última temporada nesta posição).
Porém, além de apoiar pouco o ataque, Iago foi mal atrás, tendo inclusive falhado no gol colombiano. É bem possível que Jardine volte atrás nesta mudança para a próxima partida, contra o Uruguai, na quinta-feira.
Mas há também o que se elogiar. Mesmo com todas as dificuldades, a seleção sub-23 mostrou raça e força mental para buscar um empate numa situação de adversidade inédita até então no Pré-Olímpico e diante do melhor rival enfrentado até agora na competição.
Quando acertou o gol, em uma bomba de fora da área, o decisivo Matheus Cunha recolocou o Brasil na partida no momento em que a ansiedade começava a bater, e os erros aumentavam. Àquela altura, Jardine já havia mudado o esquema tático com a entrada de Pepê no lugar de Pedrinho, deixando Paulinho mais centralizado, próximo do centroavante.
O empate pode não ter sido o resultado ideal, mas deixa a seleção sub-23 dependendo só de si. Ganhar (novamente) do Uruguai é obrigação. E aí, no domingo, teremos “apenas” um Brasil x Argentina…/ge