Boninho vai sair da Globo. O cargo que vinha ocupando, “diretor de gênero reality”, ficará por conta de Rodrigo Dourado, conhecido por seu trabalho no BBB nos últimos anos. Ainda haverá um período de transição até o fim do ano, mas é sinal de uma possível mudança no que vem por aí dentro da emissora.
Em nota, a emissora afirmou que em setembro “iniciou conversas com Boninho para uma nova parceria como talento artístico, com quadros e participações em programas”, mas que ele “optou por seguir atuando como criador”.
O diretor, por sua vez, afirmou: “mesmo tendo uma proposta carinhosa da Globo para seguirmos juntos, decidi seguir para novos rumos, com desafios que a posição que estava nem sempre me permitia.”
Boninho e Rodrigo Dourado: perfis diferentes
Talvez a ideia para atuar mais em frente às câmeras, como um “talento do vídeo”, do que nos próprios bastidores tenha surgido pela personalidade mantida por Boninho em suas aparições midiáticas e redes sociais – há mais de uma década e meia o diretor faz uso intenso delas.
No início, chamavam atenção algumas das críticas sinceras ou provocativas, inclusive a atrações da concorrência. Com o passar do tempo, seus perfis se tornaram um foco de dicas e novidades para o BBB, entre outros.
Desde 1999, também é casado com a atriz e apresentadora Ana Furtado, o que também lhe rendeu espaços em colunas de celebridades. Atualmente, conta com 6,6 milhões de seguidores no Instagram, o que já lhe credencia não só como diretor, mas também como um influenciador digital.
Boninho chegou na emissora em 1984, ou seja, passou cerca de 40 anos na ‘casa’, sem contar a familiaridade que já tinha com o mundo televisivo por conta da convivência com seu pai, Boni, outro histórico diretor presente na TV desde seus primórdios nas década de 1950.
Rodrigo Dourado, por sua vez, adota um perfil mais discreto. Provavelmente você não se lembra de alguma declaração polêmica ou bombástica feita por ele, ou de uma postagem no Instagram em tom de resposta a críticas. Começou na emissora pelo jornalismo e migrou para o entretenimento por volta de 2002.
Boninho e os reality shows da Globo
Boninho deixa a emissora pela porta da frente. Como é de se esperar por parte de qualquer pessoa que trabalhe na TV, sua trajetória (e a dos próprios realities da Globo, desde seus primórdios) teve altos e baixos. Entre os sucessos de No Limite e o BBB, no começo dos anos 2000, por exemplo, dirigiu o Sufoco, quadro de confinamento do Faustão que não marcou uma geração.
O próprio Big Brother oscilou entre suas temporadas. Houve diversas edições pouco lembradas na década de 2010 antes do ‘renascimento’ com a ideia de chamar famosos em 2020.
Na área musical, o The Voice (com suas variações Brasil, Kids e +) se consolidou, o que não ocorreu da mesma forma com o Superstar ou o Popstar, e mais recentemente com o Estrela da Casa.
Já quando se pensa em realities culinários, o MasterChef, da Band, vem à frente do Mestre do Sabor para quase qualquer espectador.
Ainda que comparados aos índices de outras emissoras os números pudessem ser considerados satisfatórios, alguns desses programas não causaram tanta repercussão quanto se esperava.
É difícil mensurar o quanto desta mudança de perfil será perceptível ao público em breve, já que Dourado, que ganha mais espaço na Globo, participou de diversos destes projetos, ainda que em outras funções.
Quem é Rodrigo Dourado
Em seu comunicado, a Globo destaca o trabalho de Rodrigo Dourado em programas como No Limite, Fama, Estrelas, The Voice, Hipertensão e O Jogo. Depois de anos em outras funções, foi diretor-geral do BBB entre 2015 e 2020. Em 2021, virou diretor artístico. No Estrela da Casa, reality mais recente da emissora, participou da criação e do desenvolvimento artístico./AE
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