“Para de fazer perguntas idiotas, pelo amor de Deus”, disse a uma repórter da rádio CBN. “Foi comprada uma ampola sequer da vacina? Responda você, responda! Foi comprada? Não consumou o ato. Se é para você me julgar pelo que outros pensam, imagina o que posso pensar de você?”, disse à repórter.
O contrato de compra de 20 milhões de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigação do Ministério Público Federal. O preço unitário da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. O negócio também é alvo CPI da Covid.
Quando a mesma jornalista questionou mais uma vez sobre a vacina, Bolsonaro disse que ela tinha de voltar para a faculdade. “Faculdade não, volta para o ensino primário”, disse. Mais adiante, ele voltou a se exaltar com a jornalista, que o questionou sobre a negociação para a compra da vacina. “Você de novo? Volte para o jardim de infância, você. Foi empenhado o valor em fevereiro. Onde é que tem vacina para ser comprada aqui? Deixa de fazer pergunta idiota pelo amor de Deus”, afirmou.
Em 21 minutos de entrevista, sem dar respostas objetivas às perguntas dos jornalistas, o presidente voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19, criticou a CPI, governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social na pandemia, e desdenhou das pesquisas que apontam queda em sua popularidade./AE