Há divergência, porém, na esquerda e no PT, sobre como reagir. Uma ala diz que é preciso religar-se aos evangélicos, desbancando o público da ministra. Outra aposta que a única forma é mostrar que, ainda que a economia melhore, os frutos não chegarão ao andar de baixo.
Enquanto a esquerda não define uma estratégia, Damares segue com a sua. Ela é a única ministra de Bolsonaro, entre os sete citados na pesquisa, que recebeu melhor avaliação entre os mais pobres do que entre os mais ricos. A percepção de dirigentes políticos é a de que, além da religião, pesa a seu favor o discurso em defesa da família, ainda que numa visão estreita do termo.
A ideia agora é ouvir os evangélicos e verificar quais os assuntos na área de costumes podem ser assimilados pelo PT. Líderes de centro-direita e aliados à esquerda veem a tentativa com ceticismo e classificam a estratégia como “batalha perdida”.