Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista
Deixe-me apresentá-lo a “Virtunópolis”, uma cidade futurista que mantém muitas semelhanças com a nossa realidade. Virtunópolis tem arcos na entrada da cidade com seu nome em letras garrafais, um povo acolhedor e alegre, é bem situada geograficamente e, por essa razão, chama à atenção da circunvizinhança.
O povo de Virtunópolis sonha com uma cidade mais justa, ética e comprometida com as camadas sociais menos favorecidas, com políticos mais humanos que tenham proximidade com a população. Sonham com liberdade, pois não querem se sentir vigiados o tempo todo, monitorados; com quem andam, com quem falam ou com quem conversam. Querem a valorização do esporte e das tradições culturais, desejam ardorosamente a liberdade do sistema democrático, que se crie universidades, entenda que a saúde é mais humana que concreto, respeite sua história, seus personagens e seus legados. Visam mais oportunidades de empregos para população, atenda aos pleitos das minorias e elimine todo e quaisquer tipo de perseguição política.
Esse ano vai ter eleição em Virtunópolis, dois blocos devem se enfrentar nas urnas. O bloco daqueles que mantém a “hegemonia do poder”, a dominação política e econômica, disseminando pensamentos e acordos políticos na sociedade que massifique a ideia de que aquela superestrutura não pode ser vencida. Soldados virtuais difundem essas informações como verdades absolutas para que não possam ser contestadas. Nesse bloco, estão as pessoas que se beneficiam do Poder, fazem de tudo manter seus ofícios e suas regalias e vendem a alma se for preciso, para não saírem da zona de conforto.
Na polarização política que se aproxima em Virtunópolis, o outro bloco é denominado de “contra hegemonia”. Fora da estrutura de poder, eles fazem o caminho contrário do primeiro bloco. Lutam por democracia, liberdade, combatem a perseguição política, tentam esclarecer à população sobre o que é um reino da fantasia, um governo que muda de pensamento de acordo com o vento, abraçando e descartando pessoas ao bel prazer da conveniência política do poder de plantão.
O bloco da contra hegemonia se organiza para chegar ao poder e não pode se dividir, porque precisa está unido para combater as perseguições contra as minorias, a opressão, os abusos e desvios de poder, a união funciona como um sistema de contrapeso em defesa da sociedade. O bloco contra hegemônico é salutar para evolução e crescimento deste núcleo social. A este grupo não existe alternativa a não ser a união de blocos para chegar ao poder, já que são excluídos da superestrutura.
Virtunópolis, como o próprio nome sugere, tem grandes virtudes. Não se rende. Em tempos pretéritos já combateu grupos autoritários, acolheu a mansidão de líderes, quebrou a hegemonia de grupos longevos, ascendeu ao poder quem menos se esperava e já deu grandes recados nas urnas conta os donos do poder. Uma hora acolhe, em outra, expulsa. Também é capaz de abraçar facilmente novos líderes. Não é fácil governar Virtunópolis, entender a política local e muito menos dominar a cidade, por mais hegemônico que seja o grupo.
O exemplo mais recente de que Virtunópolis não pode ser subjugada foi a última eleição para presidente, o povo assumiu a campanha, contra toda a hegemonia do poder, a prepotência e a arrogância de líderes autoritários e saiu vencedor nas urnas.
Não se subestima o povo de Virtunópolis, a tarefa mais difícil nesta urbe cosmopolita é compreender o que pensa seus moradores, muitas vezes eles deixam para se revelar apenas nos poucos metros que o separam das urnas.
Aqui, qualquer semelhança com a sua cidade é mera coincidência.
Bem vindos a Virtunópolis.