A Polícia Federal cumpre na manhã de hoje (13), no Rio de Janeiro, um mandado de busca e apreensão expedido pela 7ª Vara Federal Criminal do estado, com o objetivo de identificar o autor de postagens com ameaças de morte do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. A ação ocorre no bairro Maracanã, na zona norte da cidade. O investigado, segundo nota da Polícia Federal, é um homem de 23 anos, cuja identidade não foi revelada. Segundo as informações da PF, ele insultou ainda o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. A diligência da Polícia Federal tem como objetivo também identificar outras pessoas que “eventualmente estejam envolvidas na prática delituosa, bem como materializar outras condutas criminosas do investigado”. A pena do crime citado prevista na Lei de Segurança Nacional é de reclusão, de 1 a 4 anos.

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EMPREGO2 - RJ - 28/07/2010 - EMPREGO - ECONOMIA OE JT - A disparidade da desocupação nas principais regiões metropolitanas do País divide esses locais entre aqueles que apresentam taxas de desemprego em patamar similar ao da Suíça e dos Estados Unidos pré-crise, como Porto Alegre, enquanto outras, como Salvador, exibem taxa similar à registrada na Grécia no auge da crise econômica do início de 2010. Especialistas como o economista José Márcio Camargo consideram o fenômeno de difícil compreensão. Ele acredita que a situação do mercado de trabalho nordestino pode estar refletindo uma persistência na busca de emprego na busca por melhores salários, o que mantém pressionado o número de desocupados (sem trabalho e em busca de uma vaga). Mas, para o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o fenômeno da desigualdade do mercado de trabalho regional é histórico e reflete uma "desorganização da economia nas regiões metropolitanas do Nordeste, com maior peso da informalidade". Na foto, posto de atendimento a pessoas desempregadas no centro. Foto: PAULO VITOR/AGENCIA ESTADO/AE

O número de brasileiros que concluíram o ensino superior e estão trabalhando fora de sua área de atuação aumentou neste ano. Entre os jovens, esse grupo teve acréscimo de seis pontos porcentuais e já representa 44,2% do total de formados. Se consideradas todas as idades, a parcela é de 38%, o maior patamar desde o início da série histórica, em 2012. O levantamento do Instituto de pesquisa econômica aplicada  (Ipea) mostra ainda que, além de não estarem empregados em suas áreas de formação, profissionais mais qualificados não estão sendo remunerados como esperavam. Eles ganham 74% menos do que o diploma permitiria.

“A economia não está conseguindo gerar emprego de nível superior”, afirmou a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Lameiras, uma das responsáveis pelo trabalho. “Ao mesmo tempo, a população está mais escolarizada, o que é positivo. A gente agora tem de começar a criar emprego com perfil adequado para essa escolarização.”

Entre o primeiro trimestre de 2012 e o terceiro trimestre deste ano, o número de trabalhadores com ensino superior completo avançou de 13,1 milhões para 19,4 milhões. Esses profissionais foram os menos afetados pela crise econômica iniciada em 2014. De acordo com o estudo do Ipea, que usa dados do IBGE, a população ocupada com diploma é a única que apresenta taxas positivas de expansão a cada ano desde 2012. Mas nem sempre trabalham no que gostariam e também não recebem o salário que desejavam quando ingressaram na faculdade.

Rebeca Tricarico, de 27 anos, concluiu a graduação em engenharia química em 2016, mas desistiu de procurar emprego na área. “Fui trabalhando com coisas aleatórias, como vendedora de lojas e também como voluntária”, conta. Nem depois de uma pós-graduação ela conseguiu ser contratada como engenheira química. Hoje, atua como assessora técnica na área de clima de uma associação civil.

No setor público, o cenário traçado pelo estudo do Ipea é mais visível, porque muitos concursados com graduação assumem cargos de nível técnico, diz Maria Andreia. Nos últimos meses, houve crescimento do emprego no setor de serviços, enquanto alguns segmentos da indústria ainda estão demitindo. “Tivemos um padrão de crescimento nos últimos anos baseado em setores que não necessariamente requerem mão de obra especializada”, diz ela.

Além de questionar a abertura de vagas para profissionais com graduação, Maria Andreia leva em consideração a qualidade dos cursos. “Não adianta apenas formar, é preciso formar com qualidade.”

José Márcio Camargo, especialista em mercado de trabalho pela PUC-Rio, analisa que, do cenário apontado pelo Ipea, é preciso separar o que está relacionado ao enfraquecimento da economia e o que tem a ver com a qualidade da formação profissional. No que diz respeito à economia, em sua opinião, a tendência é que o quadro melhore a partir do ano que vem, com a retomada da atividade econômica. “A economia tem de voltar a crescer. Sem crescimento e investimento é difícil gerar emprego de qualidade.”

Maria Andreia, do Ipea, também espera um 2019 melhor do que foi este ano, marcado por conturbações políticas e econômicas, como as eleições e a greve dos caminhoneiros. Segundo ela, ainda não foi possível “ver resultados da reforma trabalhista num ano tão confuso, em que a confiança dos empresários ficou abalada”./AE

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