No primeiro ano científico do Colégio Estadual Olegário Abreu Memória publiquei um trecho do Encontro Marcado de Fernando Sabino no Jornal Gazeta, editado naquele período para escolher o melhor trabalho em equipe, numa disputa que colocava os homens contra as mulheres. Perdemos. Mas, os versos ficaram em minha memória até os dias de hoje:
De tudo ficaram três coisas…
A certeza de que estamos começando…
A certeza de que é preciso continuar…
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar…
Nos 51 anos do CEOAM quantas histórias ficaram marcadas na memória de quem passou pelos corredores desta instituição.
Quantos encontros e desencontros. Histórias de amor, de amizade, de respeito, de carinho e aprendizado.
Registrar esses fatos, enobrece a alma e faz jus àqueles que dedicaram suas vidas ao ofício do magistério. Aqui faço o registro da trajetória dos profissionais que contribuíram ao longo do tempo para o engrandecimento da escola.
Eis que fiquei imaginando. Como abordar esse tema, sem ser injusto com os atores responsáveis pela construção desses 51 anos de sucesso.
Cada um que passou pela sala de aula, pela coordenação, direção, pela secretaria, sabe que existe um tijolinho seu assentado nessa construção do conhecimento. Contudo, espero contar com sua compreensão caso seja um desses profissionais que por ventura não venha ser citado ao longo deste texto.
O homem é movido pela paixão. Pelo prazer da descoberta. Pela capacidade de desbravar o desconhecido e se encantar com o novo.
A paixão pela história é um desses exemplos. E os fatos sempre terão olhares diferentes: se juntam, se distanciam e muitas vezes se entrelaçam e convergem para o mesmo ponto. Sei que outros colegas professores poderiam escrever essa mesma história por outro prisma, mas pretendo aqui realizar a difícil tarefa de tentar aproximar as diferentes linhas de pensamento neste resumido texto.
Aprendi com Machado de Assis que a natureza depende do ponto de vista de cada um. Assim, passo a descrever a importância de personagens que contribuíram para o sucesso da escola obedecendo esse princípio machadiano.
É importante fazer uma homenagem especial aos “Professores-Fundadores”, aqueles que dedicaram sua inteligência e sua força de trabalho voltada para edificar os primeiros anos de existência do Colégio Estadual.
O pároco educador Pe. Leitão foi o principal responsável pela fundação do Olegário. No primeiro momento servia para atender a elite, alguns anos depois da sua fundação, com a anexação da escola Maria Auxiliadora, ele torna-se um colégio público para atender todas as camadas sociais.
O visionário Pe. Leitão, ao lado do professor Odilon Evangelista e professor Irineu Linhares conduziram os primeiros anos de construção de Ensino de Qualidade no município.
Muitos profissionais da educação merecem destaque nesse mesmo período, contudo, gostaríamos de homenageá-los em nome desses três pilares da Educação de Nova Russas.
Em outro momento faço uma homenagem aos “Professores Diretores”. Zélia Godim que é um ícone dessa instituição de ensino. Dedicou sua vida em prol do desenvolvimento do CEOAM. Sua história de vida e profissional se confunde com a própria história da escola.
Fátima Barbosa, Neudélia Aragão, Tia Lia, Ana Carlota, Ironete Porfírio, Amilton Martins e agora Tia Deusa, todos sem exceção, foram professores que chegaram a Direção num determinado momento da vida educacional do CEOAM.
A colaboração desses professores vai além da mera instrução educacional, passa para o campo da construção histórica. São como corredores de atletismo em forma de revezamento, que passam o bastão de mão em mão até cruzarem a linha de chegada.
Para não ser injusto, quero também incluir nesse rol de “ Professores Diretores” o nome da professora Rita Tores que era vice-diretora, mas, merece um lugar de honra nessa galeria tão significativa da história do Colégio Estadual.
Temos os “Professores Professores”, aqueles que presenciei seu trabalho enquanto aluno e aqueles que convivi enquanto professor.
Na época de aluno tive a grata satisfação de estudar com os seguintes professores: professor Juvêncio, Fátima Barbosa, Isaias, Aldinha, Sisi Irineu, Pureza, Scarcela, Mesquita, Cremilda, Adriana, Haroldo, Pádua, Lupinha. Todos foram fundamentais para uma sólida formação educacional de centenas de jovens que se revezavam a cada três anos no antigo Segundo Grau. Mesmo com a situação caótica da educação daquela época, esses professores jamais deixaram de cumprir sua missão.
Professor Juvêncio com suas tiradas, a Fatinha com sua disciplina, O Isaias(im memorian) com a fala mansa, a Aldinha com seu verbo To Be, Sisi com sua mansidão, a Pureza com sua criatividade, a professora Scarcela com sua rigidez, A Mesquita(im memorian) com sua Constituição, a Cremilda com sua paciência, a Adriana com sua Juventude, o Haroldo com sua eficiência, o Pádua com seu eterno livro Razão e a Lupinha… a Lupinha com Drummond:
Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar… as janelas olham.Eta vida besta, meu Deus. Depois, alguns de nossos colegas, diante de tanto incentivo, também se tornaram professores. Engracia, Amilton, Diva, Josineire, Manuel, Luisinho Correa, Teófilo, Niltinho, Neto e outros. Uns permaneceram no próprio Colégio Estadual, outros foram lecionar em escolas diferentes e até em outros Estados. Mas, todos continuam contribuindo com o a arte de transformar vidas.Também não posso deixar de homenagear os professores da minha época de professor: Aluísio, Florêncio, Denes, Pádua, Luisinho, X-zé, Valéria, Dalva, Lia, Adalberto Filho, Engracia, Manuel, Dona Terezinha, Rosimar, Demétrio(im memorian) Meire, Antonio Carlos, Marcelo, Ana Meire, Vinicius, Iris, Marinho, Franze Coelho, Luisinho Betânia, Gracinha, Jorge Gonçalves, Paulo Jorge, dona Eneida, Horácio, Vanilza, Jorgeana, Andreia, Irene, João Neto, Alexandre Pedrosa, Marcio e Haroldo.Por último, para não me tornar prolixo, quero registrar os “ Professores da Nova Geração. Aqueles que estão em sala de aula hoje. Eles são os maiores responsáveis por conduzir esse novo momento da educação brasileira. A educação na era digital é um grande desafio para todos professores e em especial para aqueles do Colégio Estadual Olegário Abreu Memória. Somente uma instituição sólida consegue sobreviver as intempéries durante um período de 51 anos, cabe aos professores da atualidade escrever às páginas dessa história pelas próximas cinco décadas. Tenho absoluta certeza que eles darão sequência a esse grande trabalho que vem sendo realizado com muito carinho e dedicação. Parabéns Olegário pela construção do conhecimento e que os versos de Fernando Sabino continuem ecoando pelos próximos 51 anos: |
Façamos da interrupção um caminho novo…
Da queda, um passo de dança…
Do medo, uma escada…
Do sonho, uma ponte…
Da procura, um encontro!