O Planalto traça estratégia para não envolver o presidente Jair Bolsonaro na crise após a divulgação de supostas trocas de mensagem entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Por outro lado procura manter uma linha de apoio ao maior expoente do governo, ministro Sérgio Moro, com aparições públicas, porém, sem declarações do presidente.
Bolsonaro e Moro foram juntos ao jogo entre CSA e Flamengo, no Estádio Mané Garrincha, de Brasília, com grande visibilidade nesta quarta-feira (12/06).
Na avaliação do Palácio do Planalto e dos principais interlocutores do presidente, as revelações trazem desgaste, porque mostram contatos e conversas inadequadas de um juiz com procuradores – que têm o papel de acusação em ações judiciais –, mas o principal, do ponto de vista político, é que a opinião pública continua, majoritariamente, simpática a Moro e à Operação Lava Jato.
O Planalto estuda minuciosamente o andamento desta crise, uma vez que, não é nada agradável ver o nome de um dos principais ministros do governo, envolvido numa história no mínimo mal contada, mas, não pode jogá-lo aos leões porque Sérgio Moro ainda representa a simbologia de combate à corrupção.
A DÚVIDA
O governo não sabe, até agora, se o site divulgou todo o material mais comprometedor, ou se guarda cartas na manga para lançar estrategicamente, quando, e se, a pressão contra Moro aumentar. Também não sabe se as revelações podem causar uma reviravolta na condenação e nos processos de Lula, o que teria grande impacto popular.