Termos “baitola” e “cabaço” podem virar patrimônio

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Parece piada, mas um deputado estadual do Amazonas apresentou um projeto que propõe transformar palavras como “piroca”, “cabaço”, “baitola”, “pinguelo” e “xibiu” em patrimônio imaterial do Estado.

Membro da bancada evangélica em seu quarto mandato, Wanderley Dallas (foto) listou os termos junto a dezenas de outros, como “cabeça dura”, copiados do livro “Amazonês”, do acadêmico Sérgio Freire, que pesquisa a linguagem da região.

Embora seja de 2012, o projeto de lei só começou a tramitar em comissões da Casa este ano. No texto, ao lado de cada tópico, segue uma explicação, como: “Cabaço, O hímen. ‘Essa aí tem cara de que já perdeu o cabaço’.”

Após enfrentar críticas, o político voltou atrás e disse que retirará palavrões do projeto, mas atacou os colegas. “É um grupo de deputados que se constrange com a palavra ‘cabaço’, mas usa de boca cheia em qualquer local”, disse.

A necessidade de analisar a viabilidade jurídica do projeto irritou o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Orlando Cidade que o considera “sem a menor consistência”. “Ele (Dallas) já tentou transformar em patrimônio até a festa do repolho. Tem muito deputado que faz isso. Aí depois põe um outdoor dizendo que é o que mais apresentou projeto”, disse.

Além do repolho, ele já tentou transformar em patrimônio as festas do Boto, do Pirarucu e da Soltura dos Quelônios. Um deputado no Amazonas ganha pouco mais de R$ 25 mil por mês.

Veja outras expressões que fazem parte do projeto de lei, listadas pelo deputado:
Bagaceira: noitada
Baiacu: pessoa gorda
Baitola: homossexual
Cabaço: hímen. “Essa aí tem cara de que já perdeu o cabaço”
Cabaçuda: mulher virgem
Cunhantã: garota. “Quem é essa cunhantã?”
Cunhã-poranga: mulher bonita. Parte do imaginário do boi-bumbá de parintins
Pinguelo: órgão sexual feminino.
Piroca: pênis
Xibiu: vagina
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