Às vésperas do fim do processo de sequestro e arresto dos bens de Antonio Pallocci – preso desde setembro de 2016, em Curitiba -, a Operação Lava Jato alcançou até aqui um patrimônio de pelo menos R$ 80 milhões. São imóveis, carros e investimentos em nome do ex-ministro, de sua empresa Projeto Consultoria Empresarial Ltda. (atual Projeto Administração Imobiliária) e de duas filhas. O valor é ainda insuficiente para cobrir os R$ 150 milhões estipulados pela Justiça Federal para repor os desvios na Petrobrás e cobrir indenizações pelos danos gerados pelos crimes.
Aberto em maio de 2017 – quando surgiram as primeiras notícias de que Palocci havia contratado um advogado especialista em delações e foi revelado o conteúdo da Lista de Fachin, com a mega delação da Odebrecht -, o pedido de sequestro incluía inicialmente: a casa da família em Ribeirão Preto (SP), onde abriu carreira política e foi prefeito por duas vezes; o apartamento da família em São Paulo, comprado por R$ 6,6 milhões em nome da Projeto e a sede da empresa de R$ 800 mil (os dois bens estão atualmente avaliados na ação em R$ 12 milhões); R$ 61,7 milhões em investimentos feitos em nome da Projeto; R$ 814 mil apreendidos em contas do réu; e cinco carros em seu nome e da firma.
Desde a abertura do processo, esses bens foram bloqueados cautelarmente, para evitar que sejam transferidos ou vendidos.
No último dia 6 de abril, um ofício do 13.º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo endereçado a Moro informou o “integral cumprimento” da anotação de sequestro cautelar do apartamento 51 do Edifício Port de Marseille, bairro Cerqueira César, na capital paulista. O bem está em nome da filha Carolina Silva Palocci.
O registro anexado ao processo oficializou a inclusão desse e mais um bem que ficaram fora do congelamento provisório decretado por Moro e que Palocci lutava para mantê-los assim: os apartamentos comprados em nome das filhas, após a operação ser deflagrada, em março de 2014, pelo valor declarado de R$ 3,7 milhões e que a Lava Jato diz que ocultam dinheiro do ex-ministro./AE