O paulistano Leandro Lo, de 33 anos, conquistou o Campeonato Mundial de jiu-jítsu oito vezes, por cinco categorias diferentes, além de outros oito títulos no Pan-Americano e Campeonato Brasileiro. A última conquista foi em junho deste ano e foi descrita pelo lutador como uma das mais importantes da carreira – ele afirmou que vencê-la foi tão marcante quanto a primeira vez em que foi campeão, em 2012, há 10 anos. “As duas conquistas mais importantes da minha carreira, o primeiro é a sensação de conseguir ser campeão mundial, esse foi eu ainda consigo ser campeão mundial, as duas melhores sensações da minha vida”, escreveu o atleta em uma de suas redes sociais.
Ele estava em meio à preparação para outro campeonato que disputaria na próxima sexta-feira, 12, em Austin, Texas, nos Estados Unidos. Uma das patrocinadoras do atleta, a Kingzkimonos descreveu Lo como uma “lenda do esporte” no Instagram.
Trajetória
Lo nasceu no dia 11 de maio de 1989, na zona oeste da capital, e iniciou em seu esporte preferido com 14 anos, sob a tutela do professor Cicero Costha, no Projeto Social Lutando pelo Bem. Foi ali que alcançou a sua faixa preta, mas já competia antes mesmo da especialização. O cartel de Leandro é incrível: 268 vitórias e apenas 39 derrotas, sendo somente dez delas por finalização. Na Copa Pódio, manteve uma invencibilidade por dois anos, entre 2011 e 2013.
No Instagram, o lutador de UFC Demian Maia homenageou Lo. “Muito mais importante do que como você se foi é como você viveu”, escreveu.
O caso
O policial militar Henrique Otávio Oliveira, de 30 anos, se entregou à Corregedoria da PM no fim da tarde de domingo após ter a prisão decretada pela morte de Lo.
Ivã Siqueira Júnior, advogado do atleta, relatou, com base no depoimento de testemunhas, que a discussão começou quando o PM, durante o evento, foi em direção à mesa em que o lutador e outros amigos estavam e começou a mexer nas bebidas. Como reação à insistência do policial, Lo aplicou um golpe de jiu-jítsu para imobilizá-lo. “Nesse momento, o rapaz levantou, deu a volta e deu um tiro na cabeça do Leandro”, disse Ivã Siqueira. O policial ainda teria chutado a vítima duas vezes quando ela estava no chão.
Lo foi levado para o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, onde teve a morte cerebral confirmada. Segundo informações do site G1, o velório e o enterro serão realizados nesta segunda-feira no Cemitério do Morumbi.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que a PM “lamenta o ocorrido” e abriu uma apuração administrativa para investigar o caso. O policial foi levado para o presídio militar Romão Gomes.
O Grupo Pixote, que se apresentava no Clube Sírio quando houve o crime, disse em nota lamentar o ocorrido. “Show é lugar de diversão e alegria e não para terminar em tragédia. Nossos sentimentos aos familiares e amigos do lutador Leandro Lo.”/ AE