Apenas seis estados do País registraram saldo positivo na criação de novos postos de trabalho em agosto, dos quais quatro pertencem ao Nordeste. O Ceará obteve o segundo maior resultado na geração de empregos do País, com 871 empregos celetistas e alta de 0,07% ante julho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem.
Erle Mesquita, coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), lembra que embora o resultado tenha se destacado, este foi o pior mês de agosto do Ceará desde 2003, quando foi contabilizado 3.514 postos de trabalho.
No acumulado do ano, o Ceará fechou 189.133 postos de trabalho; e nos últimos 12 meses, o fechamento foi de 140.190. Já a Região Metropolitana de Fortaleza registrou baixa em agosto, variando -0,16% ante julho e caindo 1.405 na criação de empregos formais.
“A crise de desemprego existe no Brasil, mas ela perde força quando chega no Ceará. O Estado está em estabilidade no mercado de trabalho. Não estamos tendo resultados tão bons quanto em 2014, em que fechamos o ano com 48 mil novos empregos. Mas não temos demissão em massa no Ceará”, avalia Josbertini Clementino, secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social.
Como o resultado faz parte de uma parcela do segundo semestre, que tradicionalmente apresenta registros melhores que o primeiro, era esperado uma alta mais elevada, visto que a queda do Ceará, em julho, foi de -3.411 na criação de empregos.
O desempenho do Estado foi puxado principalmente pelos setores de Agropecuária (+1.881 postos) e de Serviços (+890 postos).
Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), explica que em agosto, o setor de agropecuária teve grande destaque na produção de caju e de castanha. “As ramificações das atividades em função dos animais para a manutenção dos rebanhos gera uma intensificação dessas atividades pecuárias”, diz.