Lula prestará o depoimento às 14h30, na 10ª Vara Federal de Brasília, ao juiz federal Vallisney de Oliveira. Ele também será questionado por seus advogados, pelas defesas dos demais acusados, e pelo Ministério Público Federal. O interrogatório dos réus marca a reta final de uma ação penal. Após o encerramento desta fase, a Justiça abre prazo para alegações finais, último apelo dos réus antes da sentença.
Nesta ação penal, o petista responde pelo crime de corrupção passiva por, supostamente, ter participado da ‘venda’ da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O caso foi revelado pelo Estado em 2015 e investigado na Operação Zelotes
Na denúncia, a Procuradoria sustenta que representantes das montadoras prometeram o pagamento de “vantagens indevidas” a intermediários do esquema e a agentes políticos, entre eles Lula e Carvalho.
A Marcondes e Mautoni Empreendimentos – empresa do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava a CAOA (Hyundai) e a MMC Automotores (Mitsubishi do Brasil) – teria ofertado R$ 6 milhões a Lula e Carvalho. O destino do dinheiro, segundo o MPF, seria o custeio de campanhas eleitorais do PT.
No dia 4, o ex-presidente informou ao Juiz Vallisney sobre a audiência com o papa e que estaria fora do pais entre os dias 12 e 15 de fevereiro. O magistrado autorizou o adiamento
Francisco recebeu Lula na Casa Santa Marta, um local onde o líder religioso costuma ter reuniões mais informais, longe dos protocolos do palácio.
Em sua conta pessoal no Twitter, o ex-presidente Lula publicou duas fotos do encontro informando que havia conversado com o papa sobre um “mundo mais justo e mais fraterno”.
Em outra ação na Zelotes, Lula e seu filho Luís Cláudio são acusados de negociar e receber R$2,5 milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, também denunciados, a pretexto de influenciar a prorrogação, pelo governo, de incentivos fiscais a montadoras de veículos e a compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões. O caso foi revelado pelo Estado em série de reportagens publicada em 2015./AE