Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista
O primeiro objetivo da visita do governo Lula 3 ao Ceará era criar uma agenda positiva, depois de uma sequência de derrotas no Congresso Nacional, leia-se, abertura de CPI de 8 de janeiro e marco legal do saneamento básico, votações que expuseram a falta de articulação política do governo.
No Ceará, Lula iria falar de Educação, ao lado de seu ministro Camilo Santana, que manteve o estado nos holofotes do país, com os melhores índices educacionais do Brasil nos últimos anos.
O presidente reuniu estrategicamente governadores, parlamentares e lideranças da região Nordeste que, em tese, poderiam ajudar nessa articulação com o Congresso.
Outro fator positivo seria os anúncios dos programas “Escolas de Tempo Integral” e Pacto Nacional de Retomada de Obras na Educação Básica, já anunciadas por ele e Camilo com o objetivo de alavancar a geração de emprego e renda no país.
Politicamente, Lula visitou a capital cearense fortalecendo a base petista, também, estrategicamente, visitou a região do Cariri, novo quartel general do PT no Ceará, que será guardado por Camilo e Guimarães que mantém suas bases naquela região.
A foto ao lado do deputado federal, Yury do Paredão, do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, trouxe ganho momentâneo, mas, não se sabe ainda se irá se materializar nas votações na Câmara Federal, uma vez que André Fernandes e Valdemar Costa Neto já estão no encalço do parlamentar, com ameaças, inclusive, de expulsão da legenda.
O resultado prático da visita de Lula ao Ceará foi positivo, dado as circunstâncias vivenciadas pelo governo nas últimas semanas, trouxe uma trégua, na sequência negativa da falta de articulação política das votações no Congresso. As imagens cintilantes de milhares de luzes de celulares no Crato, registra a aprovação do governo no estado e na região Nordeste e ajuda na propagação da imagem positiva para outras regiões do país.
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, no mesmo dia, Ciro Gomes, em palestra na Europa, jogava luz nas sombras, sobre essa relação de Lula com o Congresso e com a falta de um plano de governo que não venha se confundir com os mesmos meios operacionais protagonizados por Bolsonaro e sua turma.
Ciro diz que não pode um presidente da República eleito, numa eleição qualificada pelo ódio, com projetos antagônicos, se conciliar com essas forças e voltar a empoderá-las, sob o risco de se produzir uma síntese ainda pior no futuro e resumiu: falta um plano.
A vista de Lula 3, produziu resultados práticos positivos momentâneos, mas, Ciro tem razão, é preciso enxergar além, com um plano bem definido, para atingir melhores resultados a longo prazo e, o mais importante, melhorar a vida do povo brasileiro.
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