O caso estourou na última segunda (25) em Ahmedabad, e as vítimas seriam, em sua maioria, trabalhadores agrícolas. A polícia local destacou cerca de cem agentes para descobrir se há outros doentes que ainda não buscaram tratamento adequado.
Um porta-voz da corporação disse que algumas das mortes foram de pessoas que estavam hospitalizadas em estado crítico.
Segundo o diretor-geral da polícia de Gujarat, Ashish Bhatia, um carregamento de metanol (álcool metílico industrial) foi roubado de uma unidade química e usado na produção de uma espécie de licor. As vítimas teriam ingerido o produto adulterado imaginando que fosse uma bebida alcoólica regular.
“O crime foi desvendado em menos de 24 horas”, afirmou Bhatia. Treze pessoas estão sendo investigadas, das quais seis já foram detidas. Apurações adicionais ainda serão realizadas, de acordo com a corporação.
O metanol, também conhecido como álcool de madeira, está presente na formulação de removedores de tinta, vernizes, combustíveis de aviação, anticongelantes e outros produtos químicos. Mesmo em pequenas doses pode levar à morte em caso de ingestão.
Na Índia, a comercialização de bebidas alcóolicas é proibida, a menos que se obtenha uma autorização para consumo, cedida pelo governo. Mesmo nesses casos, o produto costuma ter preços altos, o que dificulta ainda mais o acesso.
Devido às restrições, uma indústria paralela ilegal surgiu, com ramificações em todo o país. Sem pagar impostos e vendendo grandes quantidades a preços baixos, contrabandistas apresentam grandes lucros.
Nesse cenário, mortes por ingestão de substâncias ilegais e licores caseiros —”hooch”, como chamam os indianos— passaram a ser relativamente comuns no país. O álcool ilegal é barato e muitas vezes adulterado com produtos químicos como pesticidas.
Só em 2020, pelo menos 120 pessoas morreram depois de terem ingerido bebidas alcoólicas contaminadas somente no estado do Punjab, do norte da Índia./ Folha SP
Foto: reprodução
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