Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista
Essa eleição para presidente é muito diferente das anteriores. Primeiro porque cada eleição tem sua peculiaridade e, nesta em especial, dois personagens dominam a cena, Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Em 2018, nós tivemos uma facada que se tornou um eficiente instrumento de campanha a favor de Bolsonaro e a prisão de Lula que impediu o petista de concorrer as eleições daquele ano.
Agora os dois estão no páreo, sem facada e sem grades. A militância bolsonarista alimenta diariamente o risco da volta de Lula ao poder. O messianismo do PT, acredita na divindade de Lula para salvar os problemas do país. E assim segue o Brasil a menos de 100 dias para a eleição.
Lula e Bolsonaro, juntos, já somam 75% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto o terceiro colocado, Ciro Gomes, tem apenas 8%, segundo os dados do Datafolha, demonstrando que o cenário vai se consolidando a cada dia na polarização dos dois principais personagens dessa eleição.
O ex-presidente Lula alcança 37% na pesquisa espontânea e salta para 47% na estimulada (quando são apresentados os nomes dos postulantes). Bolsonaro também cresce e vai de 25% para 28%. À medida que existe desistências no chamado bloco da terceira via, os dissidentes se movimento como uma força gravitacional que puxa para os dois polos e evitam o avanço de um outro nome na disputa.
Outro dado que deixa o quadro ainda mais definido é o percentual de eleitores que já se declaram decididos. 70% afirmam estarem totalmente decididos sobre seu voto. O percentual é ainda maior entre os eleitores de Lula e Bolsonaro que alcançam a marca dos 80%.
Mesmo os dois, Lula e Bolsonaro tendo alto índice de rejeição o quadro permanece estático. O que inviabiliza pelo menos momentaneamente alterações no quadro, sobretudo, por aqueles que aguardam o horário eleitoral gratuito.
Com o avanço das pré-campanhas nas mídias sociais, provavelmente, o horário reservado para propaganda eleitoral não surtirá o efeito desejado, uma vez que aquilo que será dito no rádio e na TV, possivelmente já devem ter sido publicado nas redes sociais e não causarão tanto impacto assim, a não ser que seja um acontecimento extremamente novo.
O fato é que as duas militâncias, de Lula e Bolsonaro, mantém os dois no cenário polarizado. O bolsonarismo em clima de eleição permanente e o messianismo de Lula acreditando em um salvador. Em meio ao fanatismo de um lado e de outro, é difícil servir a uma terceira divindade.
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