//Alexandre de Moraes: “desinformação não é ingênua, é criminosa e tem finalidade”

Alexandre de Moraes: “desinformação não é ingênua, é criminosa e tem finalidade”

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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes participou de um evento no Centro Universitário FAAP com o tema “Guerra e Paz”, onde falou para os estudantes sobre o momento que vive o País.

Moraes repetiu diversas vezes que a operação da desinformação que está em curso no Brasil é estruturada e com finalidade clara. “Desinformação não é ingênua, é criminosa e tem finalidade. Para uns (a finalidade) é só o enriquecimento, para outros é a tomada de poder sem controle”, disse o ministro.

“Houve e há uma estruturação bem financiada com interesses antidemocráticos e com aproveitamento da internet”, disse. Segundo ele, o ataque depende de três fatores: atingir a liberdade de imprensa, as eleições livres e o Poder Judiciário. A forma de fazer, disse Moraes, é através de um núcleo de produção de conteúdo nas redes impulsionado por um outro núcleo de divulgação que dá volume às postagens e, de certa forma, legitima a entrada do terceiro núcleo: o de autoridades políticas nessa engrenagem com a proliferação das notícias fraudulentas. “O grande perigo é subestimar o poder da desinformação. Quando se fala que só se manda mensagem para as bolhas não é verdade. O mundo todo chegou a esse momento porque subestimou o poder das redes, do algoritmo e da desinformação”, disse Alexandre de Moraes.

Para o ministro “a imprensa séria atua dentro do binômio da Constituição: liberdade com responsabilidade. Você é livre para se manifestar como quiser, mas vai ser responsabilizado pelos excessos”, pontua Moraes.

Ao falar do desafio da desinformação nas eleições deste ano, o ministro disse que a liberdade de expressão não pode ser um “escudo protético para prática de atividades ilícitas”. Aqueles que usarem as redes para esse fim, disse ele, devem “ter coragem” para assumir as consequências: “Faça o que quiser, ninguém vai te censurar previamente, mas suporte as consequências”.

O ministro ainda condenou o comportamento de pessoas que se comportam como se tivessem em uma selva. “Não é possível defender volta do ato institucional número 5, que garantia a morte e tortura de pessoas, o fechamento do Congresso e do Poder Judiciário. Não estamos em uma selva. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Democracia não é anarquia, senão não teríamos a Constituição. Não é possível aceitar como normal a desinformação estruturada, programada e com finalidade clara de atentar contra o estado democrático de direito”, ponderou o ministro.

Para Alexandre de Moraes, os ataques à Corte fazem parte de uma estratégia clara para minar as instituições democráticas. “A extrema direita no mundo percebeu que as mesmas redes sociais que vinham permitindo democratização da informação, do direito à manifestação, da liberdade de expressão, poderiam ser utilizadas para iniciar uma verdadeira lavagem cerebral contra a democracia”, afirmou o ministro.

(Com informações /Agência Estado)


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