Por Reginaldo Silva- Professor, Radialista e Jornalista
Não precisa ser cientista político para perceber que o eleitorado de Moro tem raiz bolsonarista. O genótipo de um organismo não pode ser alterado. As características e o meio influenciam, mas, não mudam sua essência. Os eleitores de Moro combatem a corrupção e queriam Lula preso, temas também defendidos pelos bolsonaristas, muito embora, os acontecimentos políticos ocorridos ao longo dos últimos anos no governo federal, tenham derrubado essa premissa do bolsonarismo.
As próximas pesquisas são fundamentais para ir clareando o xadrez político nacional, que vai influenciar muito nos cenários estaduais. Bolsonaro deve crescer com a desistência de Moro, muitos estavam com o ex-juiz por conta de suas bandeiras e estavam arrependidos dos caminhos adotados por Bolsonaro, principalmente em relação à sua união com os partidos do Centrão, tão combatidos no primeiro momento do governo Bolsonaro. Esses eleitores arrependidos do presidente viram em Moro uma tábua de salvação. Com sua desistência, eles ainda poderão votar em Moro, dependendo do cargo que irá disputar, mas, no restante do País terão que tomar um rumo e certamente não será o do lulismo.
Quem também se beneficia com a desistência de Moro é o presidenciável Ciro Gomes (PDT), que deve assumir de vez o posto de terceiro colocado nas pesquisas eleitorais e vai se consolidando como o nome da terceira via, que ele e Lupi convencionaram em chamar de única via. Ciro também se beneficiou com dúvida machadiana de João Doria, vai ou não vai? A estratégia do governador de São Paulo para se consolidar nesta reta final, deixou no ar uma série de dúvidas e sentimentos em meio a um projeto que começou enviesado e vem se prologando com crises constantes no tucanato.
É cedo para mostrar o sentimento do eleitorado que vai se moldando em meio a guerra de informações que recebe da polarização Lula-Bolsonaro e impede os eleitores de fazerem um juízo mais crítico da situação.
Mas, anotem aí, Bolsonaro e Ciro serão os mais beneficiados com essa desistência. Que venha os novos números!
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