O presidente aproveitou a publicação para também atacar a urna eletrônica e, mais uma vez, sugerir a possibilidade de fraude nas eleições do ano que vem. “Aos 36 segundos um policial militar é atingido quase mortalmente por uma pedra. Esse tipo de gente quer voltar ao Poder por um sistema eleitoral não auditável, ou seja, na fraude. Para a grande mídia, tudo normal”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
A mensagem foi postada acompanhada de um vídeo que mostra um pequeno grupo que, segundo a Polícia Militar, vandalizou uma agência bancária e pontos de ônibus durante a dispersão da manifestação. Nas imagens, o grupo encapuzado atira pedras contra os policiais em frente à estação de metrô Higienópolis-Mackenzie.
De acordo com a ViaQuatro, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela do metrô, os manifestantes depredaram o acesso Ouro Preto da estação. Oito colaboradores sofreram escoriações e cinco deles foram encaminhados à Santa Casa após, segundo a empresa, tentarem conter o grupo.
A fachada da Universidade Presbiteriana Mackenzie também foi danificada. A instituição afirma que a sede foi “alvo de atos de vandalismo e saques” em meio às manifestações. “Por princípio, o IPM (Instituto Presbiteriano Mackenzie) não compactua com atos dessa natureza. Nada justifica a violência”, diz a instituição em nota à imprensa. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), dois homens, de 26 e 29 anos, foram levados à delegacia e são investigados por danificar o prédio da universidade.
Para as manifestações de ontem na capital paulista, a SSP montou um esquema especial para garantir a segurança na manifestação, com o reforço de 600 policiais, 80 viaturas, duas aeronaves e cinco drones usados no patrulhamento. De acordo com a Polícia Militar, um policial e um agente de segurança do metrô ficaram levemente feridos.
O governador paulista, João Doria (PSDB), também criticou o ato violento. No Twitter, ele escreveu que a PM “está investigando e punirá os delinquentes fantasiados de manifestantes”.
“Repudio atos violentos de minorias que usam agressões para tentar impor suas ideias. Sou um democrata e sempre defendi manifestações pacíficas. Não será um extremo que vencerá o outro extremo. O Brasil merece mais que isso. O caminho é da racionalidade e do bom senso”, disse Doria.
Ontem, pela primeira vez desde que os atos pró-impeachment começaram, em maio, militantes do PSDB participaram das manifestações de maneira não institucional. No final da tarde chegou a ser registrado um conflito entre tucanos e membros do PCO. Quando os manifestantes do PSDB caminhavam rumo à Consolação, houve trocas de provocações. Uma briga pontual terminou com uma bandeira do PSDB queimada no chão. O grupo logo se dispersou e não houve feridos. Em outra mensagem, Doria prestou solidariedade aos “militantes do PSDB e todos os brasileiros de bem que saíram às ruas e sofreram agressões.”
Ao todo, segundo a SSP, um homem, de 25 anos, foi preso em flagrante e indiciado pelo 2° DP, após agredir um agente de segurança do metrô “com um objeto de madeira e causar danos” à estação de metrô. Outros três suspeitos foram levados ao 78° DP. E um rapaz, de 19 anos, foi preso em flagrante após apedrejar e incendiar uma agência bancária.
Bolsonaro sob pressão
Pressionado pelo terceiro ato pedindo seu impeachment em dois meses, e pelas suspeitas de corrupção no governo federal na compra de vacinas contra a covid-19 investigadas pela CPI da Covid, Bolsonaro disse mais cedo, também pelas redes sociais, que o interesse dos manifestantes “sempre foi o poder”, não a “saúde ou democracia”.
“Nenhum genocídio será apontado. Nenhuma escalada autoritária ou ‘ato antidemocrático’ será citado. Nenhuma ameaça à democracia será alertada. Nenhuma busca e apreensão será feita. Nenhum sigilo será quebrado. Lembrem-se: nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!”, escreveu o presidente em outra postagem.
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