(Por Reginaldo Silva, Ceará Notícias)
Não precisa ser um gênio do marketing político para descobrir que o momento atual da política nacional é completamente diferente do cenário de 2018.
A última pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial de 2022 realizada pelo Datafolha mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 41%, enquanto Jair Messias Bolsonaro fica com 23%.
O que explica esse distanciamento, entre Lula e Bolsonaro neste momento, comparado ao quadro de 2018 onde a campanha do antipetismo deu a vitória a Bolsonaro, contra tudo e contra todos. O cenário de hoje é completamente diferente daquele período, uma vez que não existia pandemia e muito menos 428 mil mortos empilhados pelo País.
No cenário atual, Bolsonaro continua negando as medidas de restrição a pandemia, promovendo aglomerações por onde passa, defendendo medicamentos sem eficácia comprovada e por último, ainda não se manifestou sobre um tal orçamento secreto. Some-se a isto, os desmatamentos na Amazônia e os milhões de desempregados que aumentam a cada dia em virtude dos problemas econômicos gerados pela pandemia. É óbvio que o cenário é diferente de 2018.
Enquanto isso, embora não tenha sido absolvido de seus processos, Lula prega que a justiça foi feita e que agora pode ser candidato. Enquanto Bolsonaro anda pelo País atirando contra os membros da CPI da Covid, Lula faz reuniões com caciques partidários pelos Estados. Os interesses estaduais estão sendo colocados na mesa e Lula tem o que oferecer nas negociações políticas, além de fazer com muita maestria estes acordos, ele ganha tempo em relação as outras siglas partidárias.
O centro patina em busca de um nome de consenso que vai ficando cada fez mais distante. O presidente do DEM, ACM Neto, chamou Doria de inábil e despreparado para um projeto nacional, depois que Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, deixou o DEM para se filiar ao PSDB.
Diante de um cenário como este, com um centro dividido, uma pandemia atrapalhando os planos do governo Bolsonaro, Lula grassando solto nas articulações políticas, o povo sem direção acaba escolhendo aquele que já foi testado e em determinado momento apresentou um caminho mais próspero, seguro e menos turbulento, mesmo que este caminho tenha sido pavimentado com centenas de denuncias e comprovações de inúmeros casos de corrupção.
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