A pesquisa Datafolha divulgada ontem (31/01), primeira pesquisa após o julgamento do ex-presidente Lula (PT), pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que confirmou a condenação do ex-presidente e que pode impedi-lo por intermédio da Lei da Ficha Limpa de concorrer as eleições presidenciais, mexeu com o cenário político nacional..
Lula, mesmo condenado, segue liderando as pesquisas. Em segundo lugar vem o deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC), que assume a dianteira quando o nome do petista é retirado do jogo eleitoral.
Bolsonaro, tentou barrar a divulgação da pesquisa por conta de uma pergunta que constava no questionário: “Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado Jair Bolsonaro desde o início da sua carreira política?”, perguntou o Datafolha aos entrevistados. Para Bolsonaro, o questionamento induziria os eleitores a refletirem sobre um suposto enriquecimento ilícito dele.
A defesa de Bolsonaro alegou que o questionamento formulado criava uma “pecha de denunciado por enriquecimento ilícito, de forma manifestamente difamatória”.
O Datafolha, se defende alegando que o questionamento acerca do patrimônio de Bolsonaro foi feito após as perguntas sobre intenção de voto. Portanto, não houve nenhuma influência no resultado obtido em relação à corrida presidencial.
Com Bolsonaro estabilizado, porém, cauteloso para não cometer deslizes que venham a provocar uma queda mais brusca, fato que poderia tirá-lo de um eventual segundo turno. Resta ao presidenciável tentar manter o quadro político atual.
A essa altura quem anda de bem com a vida, são os presidenciáveis, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).
Num eventual segundo turno, Marina chega a bater Jair Bolsonaro. Ciro se mantém empatado em terceiro lugar em vários cenários no primeiro turno e quando o nome do ex-presidente Lula é retirado, suas chances aumentam consideravelmente para ir ao segundo turno.
Tanto Marina, quanto Ciro e Alckmin (PSDB) tem amplas possibilidades de chegarem ao Palácio do Planalto, obviamente, levando-se em consideração as atuais cirrcunstâncias. Vence a corrida, aquele que fizer melhor aliança para ampliar seu eleitorado em regiões onde não tenham grandes penetrações..
No caso de Ciro, o foco no momento é o PSB, legenda com a sétima maior bancada na Câmara, com 32 deputados e com influência em vários Estados estratégicos como: Pernambuco, Paraíba, São Paulo e Minas Gerais.
A legenda também é considerada a ala mais lulista e com forte influência nas decisões nacionais. Fator preponderante para angariar votos do ex-presidente Lula, caso seja impedido de participar do pleito eleitoral.
Quanto maior for a exposição na mídia, maiores serão as chances de Ciro ir para um eventual segundo turno, desde que mantenha o controle emocional e mantenha uma posição de centro bem definida. O brasileiro não tem muitas afeições a extremismos.
(Reginaldo Silva, Ceará Noticias)
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