EDITORIAL
Os protestos começaram cedo, desde a madrugada os manifestantes queimam pneus, fecham estradas, ruas e avenidas. O protesto convocado pela central de trabalhadores e outras organizações sindicais tem o objetivo de parar o país e protestar contra as reformas trabalhistas e da previdência.
Os Protestos ganham corpo na rejeição nunca vista antes na história deste país, na pessoa do presidente Michel Temer. A luta e as reivindicações são legítimas, a classe trabalhadora há décadas vem sendo massacrada, a classe política envolta em um emaranhado de denuncias de corrupção e a conta acaba sobrando para quem sustenta esse país de sol a sol.
A decisão mais correta seria a renuncia de Temer e a convocação de nova eleições. Contudo, o povo também precisa despertar para escolha dos seus legítimos representantes, está mais que provado, os eleitos são sempre aqueles candidatos com maior poder aquisitivo e que depois irão defender os interesses das classes mais abastadas.
Lamentamos que um país com milhões de desempregados, que já produz pouco, estuda pouco, com serviços precários na saúde, no transporte, vai passar mais um dia, seguindo a mesma rotina. Sem produzir, sem aula, sem assistência a saúde e queimando ônibus, os poucos que ainda restam e servem a classe trabalhadora desse país. Fechar estradas e impedir o direito de ir e vir é outra marca registrada no dia de hoje.
Somos favoráveis aos protestos pacíficos, a renuncia de um governo ilegítimo e convocação de nova eleições diretas. Também somos a favor que o povo desperte de uma vez por todas e passe a escolher seus candidatos não pela conta bancária, mais pelo histórico de vida e de luta pela coletividade.
Podemos ser ouvidos se formos às ruas, protestar contra aquilo que realmente acreditamos, sem necessariamente ser taxado como defensor de bandeira de facção A ou B. Aliás, o emprego de facção diante da Operação Lava Jato, tem um enquadramento melhor que agremiações partidárias.
Os parlamentares irão votar a Reforma da Previdência com ou sem protesto, e vai ficar a lição de que a melhor maneira de protestar é escolhendo melhor nossos representantes, agindo assim, talvez não fosse necessário protestar.
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